Fugir


Foto: Benjamin Cortis


A gente pode fugir sozinha ou acompanhada. Deixando aviso ou sumindo. Pra sempre ou por um tempo.

A gente pode fugir pra correr de uma coisa, sem perceber que inevitavelmente estamos correndo para outra, e isso não é ruim, muito pelo contrário… Pode ser ótimo.

A gente pode fugir de armadilhas que a gente mesmo arma, e que magoam, machucam, destróem, e lá, no canto de fuga, a gente coloca tudo no lugar, cola todos os cacos, e volta mais forte.

A gente pode fugir, sim. E muitas vezes, a gente deve fugir.

O dia-a-dia às vezes espreme a gente, sem que a gente perceba, e de repente, a gente está lá, espremida, comprimida, compactada, juntada. Fugindo, a gente pode finalmente espreguiçar, abrir os braços, abrir os olhos, abrir o coração, e voltar mais tranquila, pronta pra outra.


Fugir pode ser vital. E uma delícia!!

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